Nas sentidas palavras que pronunciou, o Papa partiu da pergunta que o Senhor dirige a Adão, no livro do Génesis: “Onde estás?”.
Onde estás, ó homem, onde foste parar? Neste memorial do Holocausto, ouvimos ressoar esta pergunta, onde está toda a dor do Pai que perdeu o filho. Este grito – onde estás? – ressoa aqui perante a tragédia incomensurável do Holocausto, como uma voz que se perde num abismo!
Homem, quem és? Não te reconheço? Em quem te tornaste? De que horrores foste capaz? … Quem te contagiou a presunção de te apoderares do bem e do mal? Quem te convenceu que eras deus? …
Da terra levanta-se um gemido submisso: Tende piedade de nós, Senhor! … Escutai a nossa oração! Salvai-nos pela vossa misericórdia! Salvai-nos desta monstruosidade! … Nunca mais, nunca mais!
Adão, onde estás? Eis-nos aqui, Senhor, com a vergonha daquilo que o homem, criado à vossa imagem e semelhança, foi capaz de fazer. Lembrai-Vos de nós, na vossa misericórdia?