A entrevista com o Papa. Trechos do livro "Luz do mundo"




O esperado livro-entrevista de Bento XVI, "Luz do mundo", estará nas livrarias dos cinco continentes, em vários idiomas, a partir desta terça-feira, 23 de novembro. 

A análise é de Sandro Magister, publicado em seu sítio Chiesa, 22-11-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

No domingo, 21, muitos jornais anteciparam algumas passagens do livro, oferecidas pela Livraria Editora Vaticana, titular dos direitos autorais.

Mas já na tarde do sábado, dia 20, uma antecipação diferente do livro – com passagens muito mais candentes – havia sido publicada pelo L Osservatore Romano. Com uma imediata repercussão nos meios de comunicação mundiais.

O sábado e o domingo eram os dias do consistório, com a criação de 24 novos cardeais e com as homilias do Papa dedicadas a explicar que a autoridade na Igreja tem como modelo o reino de Cristo: um reino ambíguo que um antigo hino litúrgico canta com as palavras: Regnavit a ligno Deus, um reino exercido por Deus crucificado que diz ao bom ladrão: "Hoje estarás comigo no paraíso".

Mas o consistório foi varrido das notícias. Conquistadas e invadidas pelas passagens do livro adiantadas pelo L Osservatore Romano.

Sobretudo uma: aquela em que Bento XVI justifica o uso do preservativo por parte de um prostituto (no masculino, no original alemão do livro: ein Prostituierter). Um uso que a doutrina moral católica já admite – junto com o recurso ao uso do preservativo por parte dos cônjuges, quando um deles tem a infecção por HIV –, mas que aqui, pela primeira vez, é aprovado publicamente por um Papa.

E depois mais: as passagens sobre os abusos sexuais do clero, sobre a encíclica "Humanae vitae", sobre Pio XII e sobre os judeus, sobre as mulheres sacerdotes, sobre a burca.

Peter Seewald, o entrevistador, gravou a entrevista em encontros sucessivos com Bento XVI, cada um de uma hora de duração, no verão europeu passado, em Castel Gandolfo.

Seewald apresentou antecipadamente um roteiro, mas o diálogo foi livre, e Bento XVI não evitou nenhuma pergunta. O Papa contribuiu só com pequenas correções de forma à transcrição completa, em alemão.

Vamos estar postando vários trechos da entrevista
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