Teólogo defende a formação como caminho para tornar as paróquias missionárias

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O sociólogo e teólogo, padre José Carlos Pereira, defendeu ontem, 7, durante a Semana Brasileira da Missão Continental, que o caminho para tornar as paróquias missionárias é a formação permanente. A afirmação tem como base o Documento da Conferência de Aparecida. “Se queremos que as paróquias sejam centros de irradiação missionária em seus próprios territórios, elas devem ser também lugares de formação permanente”, diz o Documento no número 306.

Padre José Carlos foi o conferencista desta terça-feira, 8, na Semana Brasileira da Missão Continental, realizada pela CNBB no Centro Cultural Missionário (CCM), em Brasília. Organizada pela Comissão Episcopal para a Missão Continental e pelo CCM, a Semana reúne 57 pessoas de todo o país e prossegue até sábado, 11.

O teólogo insistiu que a Igreja precisa descobrir as principais demandas para a implantação de uma evangelização permanente. “Para a evangelização permanente, precisamos descobrir quais são as principais demandas pastorais e passarmos, da teoria à prática, para uma Igreja em estado permanente de missão, tanto quanto possível e com insistência maior, na preparação, formação e no envio dos seus missionários”, afirmou Pe. José Carlos Pereira.

Pe_JoseCarlosO padre enumerou como desafios para a evangelização da Igreja a saída dos católicos para as seitas, o fenômeno da globalização e a secularização, o pluralismo religioso, a desmotivação dos agentes pastorais, os graves problemas da violência, da pobreza e injustiças. Em sua opinião, diante destes desafios é preciso resgatar a dimensão missionária de cada pessoa batizada, “buscando trabalhar de maneira intrínseca a pessoa, a comunidade e a sociedade, num trabalho orgânico que aponte pistas de ação para implementar a missão evangelizadora detectando as deficiências presente naquela determinada realidade paroquial”.

O caminho para atingir esta meta, de acordo com o teólogo, “é a busca de uma pastoral de conjunto, a formação dos agentes e o envolvimento com pastorais de cunho social”.

Padre José Carlos lembrou questões práticas do trabalho paroquial como a pastoral da acolhida, “que é parte integrante do processo evangelizador”; a função do conselho pastoral paroquial; a pastoral da escuta, as pastorais sociais voltadas para os problemas sociais numa linha bíblica das ações socio-transformadora.

Plebiscito

Os participantes da Semana Brasileira da Missão Continental também assinaram o Plebiscito pelo limite de propriedade. Organizado pelo Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, com apoio das pastorais sociais e de várias entidades e movimentos sociais, o Plebiscito recolheu assinaturas por todo o país ontem, dia da Pátria, quando se realiza também o Grito dos Excluídos.

“Este gesto busca chamar a atenção e contribuir para o país que desejamos construir, mais igualitário politicamente, economicamente justo, ecologicamente sustentável e buscando uma verdadeira expressão de participação democrática, através de uma proposição concreta: a limitação do latifúndio”, disse o padre Sidnei Marcos Dornelas.

“É nossa convicção que a Missão Continental não pode acontecer à margem de uma consciência crítica sobre a realidade em que vivemos e sem uma solidariedade efetiva com todos os brasileiros e latino-americanos, sobretudo aqueles que padecem as injustiças criadas pelas situações de injustiça no campo”, acrescentou.

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